
O programa Tarifa Zero no transporte coletivo municipal de São Caetano do Sul deixará de ser universal e passará a atender exclusivamente moradores da cidade. A mudança foi confirmada oficialmente pelo prefeito Tite Campanella, em entrevista concedida ao Diário do Grande ABC, e será formalizada por meio de um projeto de lei que será encaminhado à Câmara Municipal.
Com a nova regra, apenas cidadãos residentes em São Caetano do Sul terão direito à gratuidade nos ônibus municipais. Passageiros de outras cidades da região do ABC e da Grande São Paulo voltarão a pagar tarifa para utilizar o sistema local.
Novo modelo será implantado a partir de 2026
De acordo com o prefeito, o novo formato da Tarifa Zero deve entrar em vigor a partir de março de 2026, após aprovação do projeto pelo Legislativo. Para ter acesso à gratuidade, os moradores precisarão realizar um cadastro prévio, que dará direito a um bilhete eletrônico específico, vinculado ao endereço residencial no município.
A prefeitura ainda irá definir os detalhes operacionais do cadastro e da fiscalização, mas a intenção é garantir que o benefício seja direcionado exclusivamente à população local.
Custos elevados motivaram a mudança
Segundo Campanella, a decisão de restringir o programa está diretamente relacionada ao alto custo de manutenção do sistema e aos impactos operacionais observados desde a implantação da Tarifa Zero. Atualmente, o programa gera um custo estimado em cerca de R$ 50 milhões por ano aos cofres municipais.
Além do impacto financeiro, o prefeito apontou problemas como superlotação, aumento expressivo da demanda e perda de regularidade operacional, agravados pelo grande número de passageiros vindos de outras cidades, que passaram a utilizar os ônibus de São Caetano do Sul justamente pela gratuidade irrestrita.
Não moradores voltarão a pagar passagem
Com a confirmação do novo modelo, usuários que não residem no município deverão pagar tarifa para utilizar os ônibus municipais. O valor ainda não foi oficialmente definido, mas a estimativa inicial é de que fique em torno de R$ 4 por viagem, alinhado às tarifas praticadas na região.
A prefeitura argumenta que a cobrança permitirá reorganizar o sistema, melhorar a oferta de viagens e garantir maior equilíbrio financeiro, sem eliminar completamente o benefício da gratuidade para a população local.
Programa marcou o transporte urbano da cidade
Implantada em novembro de 2023, a Tarifa Zero de São Caetano do Sul ganhou destaque nacional por ser uma das primeiras experiências de gratuidade total em uma cidade de médio porte no Brasil. Nos primeiros meses, o sistema registrou crescimento expressivo no número de passageiros, com aumento superior a 100% na demanda diária.
Apesar dos ganhos sociais, a gestão municipal avaliou que o modelo universal se tornou insustentável a longo prazo, especialmente diante da pressão exercida por usuários de municípios vizinhos.
Projeto seguirá para a Câmara Municipal
O projeto de lei que oficializa a restrição da Tarifa Zero será analisado pelos vereadores no início de 2026. Caso aprovado, São Caetano do Sul passará a adotar um modelo híbrido, mantendo o transporte gratuito apenas para seus moradores e retomando a cobrança para usuários externos.
A mudança deve provocar impacto regional, já que o município é um importante polo de serviços, comércio e empregos no ABC Paulista.
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