Uma passageira da Nova Itapemirim – Suzantur denunciou ter sido vítima de assédio sexual durante uma viagem de ônibus entre São Paulo e Rio de Janeiro, na última terça-feira (26).
A empresa, em nota, afirmou que apurou o caso por meio do sistema de monitoramento e não identificou “ocorrências anormais” na viagem. A empresa também declarou que a passageira foi realocada para outro assento e que as imagens foram encaminhadas às autoridades.

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Segundo Raquel, ela dormiu durante o trajeto e acordou com o homem tocando sua perna. “Quando abri os olhos, assustada, ele estava com o pênis todo de fora e depois colocou dentro da calça”, contou.
O episódio aconteceu quando o ônibus da empresa Nova Itapemirim – Suzantur ainda estava em São Paulo, cerca de duas horas e meia antes de chegar ao destino final.
Diante da situação, a modelo se levantou e procurou o motorista do ônibus, na esperança de que alguma providência fosse tomada. No entanto, segundo seu relato, a resposta do profissional foi frustrante. “Parecia que ele estava o tempo todo preocupado em se livrar do problema e chegar no horário em casa, do que realmente me ajudar. Ele não demonstrou nenhuma preocupação”, afirmou Raquel.
O motorista ofereceu duas opções: mudar de assento ou denunciar o caso. Ao chegar a um ponto de parada, a vítima foi instruída a relatar o ocorrido ao gerente do estabelecimento, que a direcionou a policiais presentes no local. A orientação dos agentes foi para que ela voltasse ao seu assento sem chamar atenção, enquanto os policiais identificavam o suspeito. No entanto, pouco depois, o motorista a chamou discretamente e informou que os agentes haviam saído para outra ocorrência, sem abordar o homem acusado de assédio.
Outro ponto questionado por Raquel foi a impossibilidade de acesso às imagens das câmeras de segurança do ônibus. “Eu insisti, mas não tive resposta”, disse. Para ela, a falta de suporte reforçou a sensação de impunidade e desamparo. “A menina que estava sentada ao lado falou que eu não deveria ter escolhido a cadeira da janela. Será que realmente o que tenho que pensar agora é o que tinha que fazer diferente, enquanto um assediador está seguindo viagem com a gente aqui?”.
Posicionamento da empresa
Em nota oficial, a Nova Itapemirim – Suzantur repudiou “qualquer acusação infundada” e garantiu seu compromisso com a segurança dos passageiros. Segundo a empresa, apurações internas foram realizadas por meio do sistema de monitoramento embarcado e não indicaram “nenhuma ocorrência anormal durante a viagem”.
A Itapemirim também alegou que a vítima não fez solicitação formal para acesso às gravações, que já teriam sido anexadas a um processo registrado na 004ª Delegacia de Polícia do Rio de Janeiro. Sobre a atitude do motorista, a empresa afirmou que ele “agiu com profissionalismo, realocando a passageira ao piso inferior do ônibus, assegurando sua integridade e o andamento da viagem”.
O caso levanta questionamentos sobre a segurança das mulheres no transporte público e a responsabilidade das empresas na proteção de suas passageiras. Raquel, por sua vez, reforça que espera que sua denúncia traga conscientização sobre o tema e evite que outras mulheres passem pela mesma situação.
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